sexta-feira, 14 de novembro de 2014

UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO, A ARTE TRANSFORMANDO A VIDA DE ELCIO TORRES

UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO, A ARTE TRANSFORMANDO A VIDA DE ELCIO 

Artista plástico conta sua história de superação através da arte de azulejar

Projeto Azu  (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
 Elcio utiliza azulejos para revitalizar a comunidade Vila Santa Inês 


Elcio Torres, que já esteve preso por tráfico de entorpecentes, encontra na comunidade Vila Santa Inês a motivação para transformar vidas.


Imagine-se no centro de um campo de futebol. Agora, olhe à sua volta e pense que, no lugar da arquibancada, encontram-se casas, todas elas embolsadas e com azulejos brancos prontos para serem pintados e transformados em obra de arte. A motivação do artesão Elcio Torres é essa, modificar esteticamente a comunidade Vila Santa Inês, Zona Leste de São Paulo, com muita tinta e criatividade.

Elcio tem 47 anos e desde a infância apresentava talento para o desenho. Veio de uma família classe média de São Paulo, cursou Artes Plásticas no Liceu de Artes e Ofício quando novo e teve uma vida confortável até a adolescência.
“A motivação para o trabalho sempre foi artística. Via a estrutura da comunidade como uma tela enorme para aplicar o meu projeto. Não tinha a intenção de formar e gerar renda, tudo isso apareceu no meio. Até porque não adiantava pensar só em uma tela, precisava ter grana e mão de obra. Acabou virando uma obra coletiva”, conta o artesão.
A liberdade e o começo do sonho
Projeto Azu 2 (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)As crianças da comunidade têm livre acesso ao
                              ateliê 
Ao tornar-se livre, já com 32 anos, Elcio sentiu medo. De acordo com o artista plástico, a situação do preso é “confortável”, afinal, tem um lugar para dormir, alimentação garantida e não é necessário pagar contas. Como sua família não o deixou desamparado, ele teve moradia e tempo para se organizar. A preocupação continuava sendo com os estudos e, no momento, com conquistar um emprego.
Elcio trabalhou como ilustrador, pintou camisetas e participou de feiras de artesanato até ter a oportunidade de se mudar para Pinheiros, abrir um ateliê e dar aula em uma comunidade. O problema é que o bairro já estava todo montado e não havia nada que ele pudesse modificar artística-urbanisticamente.
“Depois de perceber que não precisava ser artista em Pinheiros, comecei a ver na favela a interação com o espaço e uma forma de fazer sentido com o que eu fazia. Foi nesse tempo que a minha ex-mulher começou a fazer reforma no apartamento que ela tinha comprado. Ela queria uma parede de azulejos no banheiro, mas a pessoa que fazia cobrava caro. Eu disse que faria, mesmo nunca tendo feito aquilo. Ela pagou um curso, comprei os biscoitos e fui pintar”, destaca.
E a decoração deu certo. Sem dificuldades, o artesão concluiu o trabalho e pensou além. Mergulhou na história dos azulejos, recebeu encomendas e decidiu levar seu ateliê para a comunidade da região onde sempre morou. Alugou uma casa simples, mas o espaço ficou pequeno, havendo a necessidade de um local maior.
A favela é um lugar que não terminou de ser feito e tem-se liberdade. Falta cor e falta vida. Essa liberdade é a maior gasolina para artista"
Elcio Torres
A partir disso, surgiu o Projeto AZU, um ateliê fundado no início de 2008, na comunidade Vila Santa Inês, Zona Leste de São Paulo, que contribui com o desenvolvimento socioeconômico e cultural local, utilizando a arte como meio de reflexão sobre o espaço público urbano, sendo transporte para novas perspectivas para a transformação de território.
“A favela é um lugar que não terminou de ser feito e tem-se liberdade. Falta cor e falta vida. Essa liberdade é a maior gasolina para artista. Agora, um dos meus maiores projetos é montar um posto avançado em Paraty, no Rio de Janeiro. Será uma gráfica artesanal. Quem sabe com mais apoio não consigo? Com o AZU,  me estabeleci e agora quero crescer mais”, conclui Elcio.
Conclusão: 
Hoje  venho relatar para vocês, meus colegas, o poder da arte na sociedade, a arte transformando a vida de Elcio e da comunidade de  Vila Santa Inês. Utilizando a arte como meio de reflexão sobre o espaço público urbano, sendo transporte para novas perspectivas para a transformação de território. Elcio, assim como muitos outros, conseguiu dar a volta por cima e, se tornou um artista plastico; e realizou seu sonho de ajudar a comunidade, dando cor, alegria e liberdade. 
Aluno: Nicholas Cley
Série: 8ª G


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